quinta-feira, outubro 20, 2005

WC canino



Os dejectos caninos que diariamente enchem as calçadas de Lisboa são um nojo, toda a gente o reconhece (eventualmente com excepção dos donos menos conscientes). Já se tentou multar os donos que permitem que os seus bichos extrementem, já se colocaram postos com saquinhos para os donos apanharem os dejectos (o parque das nações está cheio desses postos -- muito bem! -- e já vi donos civilizados a utilizarem -- duplamente bem!), e também já vi uma daquelas motas da câmara com um aspirador de bostas (really!), mas nunca tinha visto esta ideia acima registada com o meu telemóvel.

Encontrei este "WC" canino num simpático jardim na Av. António José de Almeida, em frente à casa da moeda. Ainda vi uma dona de um cão, aparentemente um pouco frustrada pelo insucesso em convencer o seu cão a evacuar. Será que devido a sensibilidade dos cães para os cheiros uns dos outros, como forma de marcar território, não dificulta e ideia de funcionar? Espero bem que não. Acho detestavel ter que andar na rua a fazer slalom para não pisar uma bosta.

Nem quero imaginar quantas toneladas serão despejadas nas calçadas desta cidade diariamente. Que dejectem nos jardins, ainda é aceitavel (não muito, pois arriscamo-nos a pisar um "presente" num qualquer jardim), mas na calçada?? A unica forma dos dejectos desaparecerem é por difusão, para usar um termo técnico: normalmente as pessoas evitam, mas passados X minutos, em média, alguem menos atento pisa, e espalha; e depois vai mais alguem igualmente desatento e pisa de novo, espalhando. O processo continua até acabar por desaparecer. Cada bosta sofre um processo estocástico de difusão, espalhando-se pelas ruas. Nos dias de hoje não deve haver pedra da calçada que não esteja impregnada de matérias fecais, ainda que microscópicas... Diariamente, quem anda a pé (imaginando ser uma actividade saudável) anda na realidade sobre um manto de matérias fecais, everywhere...

E por fim, não percebo porque raio as pessoas acham nojento alguem mijar na rua (já para não falar em defecar), mas são tolerantes com os excrementos de cão! O que é que um tipo de excremento tem de tão diferente do outro? O cheiro?

quarta-feira, outubro 19, 2005

Eventos

Temos em Lisboa alguns eventos interessantes, a saber (e eventualmente a não perder):(3ª revisão)

segunda-feira, outubro 17, 2005

Cosmopolis



Embora atrasado, aqui vão algumas palavras sobre o encerramento do festival de música electronica Cosmopolis, que já referi num post anterior, a propósito dos Plaza que la actuaram.

O espaço é fantástico, não só pela localização (o extenso campus do Instituto Superior de Agronomia), como também pelo ambiente criado (ver as fotos acima, tiradas com o meu telemovel, mas que assim reduzidas até que ficam com bom aspecto).

Quando cheguei lá já tinham actuado alguns grupos, pelo que apenas assisti aos Plaza, aos Telepopmusik, e aos The Gift. Sobre os Plaza já me debrucei no último post. Os Telepopmusik tinham uma ou outra música interessante, mas claramente que o reportório apresentado não aproveita, nem de perto nem de longe, o fantástico timbre de voz da vocalista. E por fim, os The Gift, de que não sou grande fan, mas que me deixei envolver pelo espetáculo tendo gostado bastante de "ouver" (contração de "ouvir" com "ver" — termo inventado pelo José Duarte, para quem ainda se lembra do seu programa de televisão na RTP2).

sexta-feira, outubro 14, 2005

Plaza



Foi há cerca de uma semana que fui ver o encerramento do Cosmopolis, num fabuloso espaço na Instituto Superior de Agronomia. Na altura não achei muita piada, confesso, aos Plaza, mas deixou-me intrigado o teclista. Fez-me lembrar o Quico, um teclista que nos anos 80 trabalhou com António Pinho Vargas ("As Folhas Mudam de Cor", 1987) e que nos anos 90 participou na gravação de um album dos Ficções ("Aqua", 1992). Sei que fez imensas mais coisas, mas estes são os CDs que tenho onde o nome (e foto) dele aparecem. Após alguma pesquisa confirmei a minha suspeita: o teclista desta banda pop-retro-anos-80 é nem mais nem menos o Quico himself! (o da esquerda, na foto acima)

O concerto ao vivo foi muito giro. No dia seguinte andei a pesquisar mais sobre os Plaza, tendo encontrado um site (www.playplaza.com) que pouco mais tem do um flash com algumas músicas e videos do seu album Meeting Point (de onde "scanei" as imagens deste post). E por fim encontrei esse album no FNAC do Colombo, e a um "preço verde".

quarta-feira, outubro 12, 2005

Chris Landreth



Este é o artista por detrás da curta-metragem Ryan (ver post anterior), aqui mostrado em forma de auto-retrato. Para além do Ryan (2004), realizou ainda outras duas curtas-metragens: The End (1995) e Bingo (1998).

Consegui encontrar dois deles na net, em BitTorrent: [ Ryan ] [ Bingo ]

Uma nota curiosa sobre Chris Landreth: formado em engenharia mecânica com um mestrado, decidiu mudar de vida e dedicar-se à animação 3D. Começou como beta tester do software Alias/Wavefront, com a tarefa de testar e abusar do software ao máximo. Foi possivelmente nesse processo de exploração sem fronteiras que teve inspiração para produzir as referidas curtas-metragens, com a sua dose de surrealismo.

terça-feira, outubro 11, 2005

Ryan



Passava pouco tempo da meia-noite de domingo que ao ligar a televisão na 2: fiquei fascinado com uma curta-metragem que estava a dar. Chama-se Ryan, foi realizado por Chris Landreth. Trata-se de um documentário sobre um criador Canadiano (Ryan Larkin), que após ter realizado trabalho pioneiro na área de animação, caiu numa espiral de alcool e cocaina, sendo actualmente um pedinte nas ruas de Montreal. O documentário está na forma de uma animação, mas as vozes são reais, de gravações de entrevistas realizadas pelo próprio realizador.

O que me deixou "speechless" foi o estilo de animação. Confesso que nunca tinha visto nada assim. É animação 3D, com um nível de detalhe fantástico, mas com um ambiente, fuido, psicadélico, irreal, metafórico (tenho dificildade em explicar).

In Ryan we hear the voice of Ryan Larkin and people who have known him, but these voices speak through strange, twisted, broken and disembodied 3D generated characters... people whose appearances are bizarre, humorous or disturbing. [...] an original, personal, hand animated three­dimensional world which Chris calls ´psychological realism´.

A world encapsulated in the words of Anais Nin:
We don´t see things as they are. We see things as we are.


(nota: apesar de pouco ou nada significar, este filme ganhou um Oscar de curtas-metragens animadas em 2004)

Porque é que Felgueiras, Valentim e Isaltino ganharam?

(nota prévia: este post foi originalmente um comentário a este post no Blog do Mário, a quem envio desde já as minha saudações)

Acho que as coisas são na verdade mais complicadas do que isso. Felgueiras, Gondomar e Oeiras tiveram o resultado que tiveram, a meu ver, porque as pessoas têm a noção que os politicos são todos intrujões, todos metem ao bolso, todos roubam. Portando, a escolha está naquele que, para além de roubar, faz qualquer coisa pelo conselho. Ouvi isto mesmo ser dito por umas pessoas num café de Linda-a-Velha, e creio que corresponde ao que a maioria dos votantes acha.

Isto tem duas causas: uma é a falta de capacidade das candidaturas alternativas de convencerem as pessoas, não apenas das suas ideias, mas sobretudo da capacidade de as por em prática. É que ideias temos todos, qualquer caramelo pode escrever uma rol de ideias, de promessas, isso é facil (vide as promessas fáceis de Carrilho). O problema está em convencer as pessoas que não se é mais um politico que só promete, mas que é capaz de fazer coisas, que tem credibilidade. Isto é que é dificil de fazer. As pessoas preferem o que já conhecem. Já sabem que o Isaltino é capaz de fazer obra, não obstante os sobrinhos na Suiça.

A segunda causa é o facto de a nossa sociedade ter desprezado a classe política de uma forma sistematica ao longo dos anos. Ou seja, a imagem de um politico que não se conhece, acabado de chegar a nossa praça, tem uma imagem "by default" tão tão tão mazinha que qualquer popular prefere um gatuno, mas que já sabe que faz obra. E isto é culpa da comunicação social, que tem em geral respeito por todas as classes profissionais excepto os políticos. Porquê?

Claro que certos políticos também não ajudam... Mas por uns não deviam pagar os outros.

E a causa disto está na bem Portuguesa inveja. A inveja que as pessoas têm de quem tem poder. A política é, por definição, a gestão do poder, no seu estado mais puro. Onde há poder, há politica, sempre. As pessoas têm inveja de quem tem poder. A classe política é, logicamente, o alvo da maior inveja.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Eclipe anular do Sol



Hoje cheguei ao técnico com a estranha sensação de falta de luz. Sentia-me como se estivesse de oculos escuros. A razão é simples: hoje houve um eclipse anular do Sol. Trouxe uns binóculos 7x50 e a máquina fotográfica, e aí está o resultado. Tirei mais fotos; quando tiver tempo tentei fazer um GIF animado com a sequência de fotos.

No ano passado fotografei, com um setup igualmente primitivo, um trânsito de vénus.