quinta-feira, novembro 03, 2005

O melhor e o pior no Mercado

Embora um bocado atrasado, aqui vão algumas breves impressões sobre dois concertos que vi no Bar Mercado, acompanhados de respectivo registo fotográfico da reles câmara do meu telemóvel.

Spaceboys (13.Out.05)

     

Com o apoio da rádio Oxigénio, os portugueses Spaceboys derem um excelente concerto no referido Bar, precedido (e sucedido) por Isilda Sanches como DJ (boa música também). A última vez que os tinha visto foi há alguns anos no Hype@Meco, onde também se ouviram grandes referências como Jazzanova, Nicola Conté, Kings of Convenience, entre outros. Comparando com esse tempo nota-se uma evolução significativa. Em suma, o concerto foi excelente, pondo toda a gente aos pulos a dançar.

Mr. Lizard (20.Out.05)

     

O que me levou a esta autentica banhada foram duas coisas: primeiro, a presença do guitarrista que acompanhou Rocky Marsiano num concerto em Setembro (também neste bar), concerto esse que tinha gostado, apesar deste guitarrista (T-One) apresentar linhas melódicas muito simples mas very groovy; em segundo lugar, e não menos relevante, a intrigante presença de James Chandler neste grupo. James Chandler é o sujeito que toca Hammond (ou melhor, um emulador de) e que já tinha tocado com Mário Delgado. O Mário Delgado é um guitarrista da cena Jazz portuguesa, cuja relevância merecia uma entrada no blog só por si. A última vez que o vi tocar, na "catedral" Hot Club, foi acompanhado por, nem mais nem menos, James Chandler himself. Ora, esta ponte entre dois mundos tão separados achei fascinante: o que é que James Chandler estaria a fazer no Bar Mercado?

Esta última frase merece um reparo, pois não acho que estejam separados de todo, estilisticamente e por acaso até espacialmente (a Rua das Taipas fica bem próxima da Praça da Alegria). Só que não é lá muito plausivel que bandas que toquem no Hot Club apareçam no cartaz do Bar Mercado, e muito menos vice-versa — infelizmente devo dizer... — grandes progressos tem feito a música quando duas áreas aparentemente ortogonais se juntam. E esta fusão entre o Jazz e a Electrónica é disso um excelente exemplo!

Feito o reparo, retomemos o tema. O concerto foi uma banhada. Não fosse o playing imaginativo do James Chandler, eu teria bazado após a primeira música. O tipo de música é básico, simples, nada entusiasmante. A bateria limitou-se a batidas básicas, sem sal, onde a concentração pareceu estar totalmente focalizada em bater no snare com mais força possível. A guitarra limitou-se a linhas simples, sem sal, onde nem o groove que se ouviu em Rocky Marsiano veio ao de cima. O baixo, nada de especial, excepto um interessante solo lá numa música. A noite foi só mesmo salva pelo James Chandler, que deu alguns (poucos) sinais de inspiração.

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